Dezembro terá redução no volume de chuva previsto
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Temperatura da Superfície do Mar
Em boletim atualizado no dia 25 de novembro, o Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de neutralidade climática, sem El Niño ou La Niña. Isto não quer dizer que a temperatura do oceano Pacífico esteja dentro da média. Atualmente, observamos uma área mais aquecida no Centro e no Oeste, e uma área fria no setor Leste. A tendência, inclusive, é de que toda a porção equatorial fique mais aquecida que o normal em dezembro, algo considerado comum dentro da climatologia pela NOAA (o pacífico sempre aquece perto do Natal) e que não está associada com o desenvolvimento de um novo El Niño. De qualquer forma, essas oscilações provocam variações intrassazonais, que teve influência nesta primavera, a qual foi marcada pelo tempo seco e quente em seu início no Brasil Central e chuvas acima da média ainda em grande parte do Rio Grande do Sul e, somente em novembro, registramos maior regularidade na precipitação no interior do país e menor frequência das chuvas no RS.
Análise
Em novembro a chuva ocorreu com volumes bem acima da média em algumas áreas da Campanha, Fronteira Oeste e Noroeste gaúcho. Dados das estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que o acumulado de água superou os 250mm em grande parte destas áreas. Com o excesso de chuva em grande parte do Estado, a grande quantidade de nuvens manteve as temperaturas mínimas mais elevadas, portanto, acima da média (como podemos observar nos mapas de novembro).
Mesmo com o excesso de chuva e as dificuldades para realizar as atividades no campo em alguns momentos no RS, dados do Irga indicam grandes avanços no plantio do arroz pelo Estado, atingindo mais de 87% no cenário geral. Na Fronteira Oeste, 97,31% da intenção de plantio já estão semeadas. Na Campanha esse número chega a 94,55%, na Zona Sul, 97,9%, na Planície Costeira Interna já são 86,82%, na Externa 67,44% e na Central 62,6%.
Previsão para dezembro
De modo geral, os máximos de precipitação (ou seja, as chuvas mais volumosas) vão migrar para áreas do Brasil Central. Assim, a “gangorra” da umidade tende a indicar redução no volume de chuva previsto para o Rio Grande do Sul. Isto é, se volta a chover em áreas no Brasil Central, a chuva tende a diminuir no extremo sul do país. Este cenário, para alguns produtores que foram prejudicados pelo excesso de chuva é positivo. No entanto, a distribuição das chuvas não foi regular e alguns produtores esperam por mais umidade para beneficiar as lavouras.
Segundo dados do modelo norte-americano CSFv2, o volume de água não deverá ultrapassar os 150mm em grande parte do Estado em dezembro. Os dados diários desse mesmo modelo indicam que a frequência de chuva será maior na segunda quinzena de dezembro em todas as áreas de produção, como a Fronteira Oeste, Campanha, Zona Sul, Planície Costeira Interna e Externa, e também a região Central. Com relação às temperaturas, apesar da diminuição das chuvas a tendência é de temperaturas abaixo da média normal, mas sem grandes desvios, os modelos indicam algo em torno de 1 a 1.5°C abaixo.
Previsão estendida
Com a neutralidade climática, ou seja, sem El Niño e nem La Niña configurados, os riscos para estiagens regionalizadas e veranicos diminuem um pouco. Isto não significa ausência completa desses tipos de eventos, mas sim que a frequência e intensidade dos mesmos, por exemplo, é menos do que em anos de La Niña. Os mapas do modelo CSFv2 de janeiro a dezembro indicam chuvas presentes entre esses meses, no entanto bastante espaçadas. Com destaque para os meses de fevereiro e março que devem contar com poucos episódios de chuva e com volumes abaixo da média.