A colheita do arroz chega na casa dos 80% em Mato Grosso. De acordo com um relatório do IMEA - Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, o Estado de Mato Grosso, teve uma redução de 60% na área plantada. De uma área de 776,9 mil ha na safra 2004/05, passou para 310,8 mil há na safra 2005/06.

A produtividade média que foi de 2.630 kg/ha (43,83 sc/ha) na safra passada, passa a ser estimada em 2.696 kg/ha, totalizando 46,53 sacas por hectares. Desta forma, de uma produção de 2.043,2 milhões de toneladas, o Estado passa para uma produção de 837,9 mil toneladas, segundo dados da Conab.

A pesquisa de acompanhamento de safra do IMEA aponta que cerca de 80% da área já esteja colhida. A produtividade tem variado muito de uma região para outra atingindo a média de 50 sacas por hectare no município de Cláudia, 32 em Querência do Norte e 28 sacas por hectare em Tangará da Serra.

O IMEA destacou que o clima no Estado foi fator determinante na redução da produção. O plantio do arroz Primavera na quase totalidade da área de produção de arroz no Estado, juntamente com o período de estiagem no início do ano e de chuvas abundantes na colheita, foram os limitantes da produtividade nesta safra. O arroz Primavera, ao contrário do tipo Cirad, é pouco resistente a períodos de chuvas abundantes, segundo o instituto.

Os preços médios praticados no mercado interno na semana passada apresentam-se estáveis, com pequena variação. Em Sinop e Sorriso, Só Notícias apurou que está na faixa de R$19 a saca, enquanto que em Nova Ubiratã está em R$17. De acordo com o IMEA, a queda do preço no Estado já provocou a adoção de políticas públicas visando à manutenção de renda do produtor rural.

A Conab lançou recentemente o PROP – Prêmio de risco para aquisição de arroz oriundo de contrato privado de opção de venda. Esse mecanismo de comercialização visa subsidiar a renda do produtor frente a preços de mercado inferior ao preço mínimo instituído pela Conab. Atualmente, o preço mínimo do arroz tipo longo fino em casca é de R$ 20,70. "A intenção do leilão é permitir que naquelas regiões ou em períodos de preços inferiores a esse, o leilão permita a manutenção de renda até que se chegue a esse valor. O primeiro leilão acontecerá dia 07 deste mês, onde serão negociados 370 contratos para o estado do Mato Grosso. Apesar da intenção, as reivindicações dos produtores vão além dessa política. As políticas adotadas pelo Governo Federal tem sido insuficientes para amenizar a crise de renda do setor o reflexo dessa falta de política é a queda da área plantada. Além desse fatos, o que se procura atualmente é investimentos em desenvolvimento de pesquisas em novas variedades que venham a substituir o arroz Cirad, já que o arroz primavera apresenta-se atualmente pouco atrativo para os produtores", frisa o relatório do IMEA.

Somado à questão da classificação do arroz Cirad na safra passada, a super oferta de arroz no mercado levou a uma derrocada nos preços internos no Mato Grosso. Essa situação ocasionou uma crise no setor e agora é refletida em queda na área, que vem sendo justificada com um aumento na procura por parte das indústrias e tendência de aumento no preço pago ao produtor.

 Fonte: Ângela Fogaça /  Só Notícias