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Irga alerta para o uso adequado das estações de bombeamento de água para a lavoura de arroz e o ambiente

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Cachoeirinha – Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o Rio Grande do Sul cultiva anualmente uma área de arroz irrigado de aproximadamente um milhão de hectares. Esta cultura usa um volume médio de água entre 8.000 e 12.000 m3 por hectare durante o ciclo das plantas.

 

Do total de área irrigada, 70 % necessita de alguma fonte de energia (óleo diesel 13 % e energia elétrica 57 %) para acionamento das bombas para fornecimento de água para suprir a demanda das plantas e as perdas na condução e na distribuição da água. Atualmente, o custo da energia é elevado, sendo que a irrigação é um dos itens mais oneroso no custo total de produção da lavoura de arroz. A descapitalização de muitos orizicultores fez com que não houvesse acompanhamento na evolução dos sistemas de bombeamento.

 

Por este motivo, os conjuntos motobombas estão operando de forma ineficiente, ocasionando grande desembolso ao orizicultor no pagamento da energia consumida, segundo Elio Marcolin, que é engenheiro agrônomo e pesquisador da Estação Experimental do Arroz (EEA/Irga), em Cachoerinha. Outra preocupação é com o uso de motores a óleo diesel os quais emitem grandes quantidades de poluentes ao ambiente.

 

“Havendo melhorias no sistema de bombeamento de água, pode resultar em menor demanda de energia elétrica e, com isso, os atuais motores a óleo diesel podem ser substituídos por motores elétricos os quais utilizam energia mais limpa com menores impactos negativos ao ambiente”, explica Marcolin.

 

Ele destaca ainda que o consumo desnecessário de energia deve-se ao fato de que a maioria dos equipamentos de irrigação utilizados é muito antiga e de conservação precária, que os tornam de eficiência energética baixa. Além disso, grande parte deles foi dimensionado sem uso de critérios agronômicos, o que resulta em grandes alturas manométricas e em maior consumo de energia.

 

Em algumas estações de bombeamento o desperdício de energia é superior a 40% e as maiores causas disso são o dimensionamento incorreto das tubulações de sucção e de recalque de água. “Estas geralmente são subdimensionadas, ou seja, de diâmetro menor que o recomendado em função do volume de água que a bomba é capaz de recalcar. Isto faz com que haja velocidade excessiva da água no interior da tubulação, o que causa grandes perdas de carga”.

 

Com isso, as alturas manométricas são elevadas e demandam maior potência do motor para recalcar o mesmo volume de água. As peças especiais mal dimensionadas ou em excesso nas tubulações contribuem para o maior consumo de energia. Também, bombas muito antigas e desgastadas internamente ou bombas fabricadas com latão aumentam o consumo de energia.

 

Conforme o pesquisador do Irga, para melhorar o desempenho energético das estações de bombeamento, visando diminuir os efeitos negativos ao ambiente, é necessário observar alguns critérios na escolha como: a bomba deve ter rendimento superior a 80%; o acoplamento deve ser direto da bomba ao motor; as tubulações devem ser dimensionadas para que a água circule com velocidades de até 1,0 m/s na tubulação de sucção e, no máximo, de 2,0 m/s na tubulação de recalque; as curvas nas tubulações devem ter no mínimo, 90 graus; as bombas devem ser instaladas, de preferência, sobre balsas e deve-se usar o menor número possível de peças especiais nas tubulações.

 

“Se os orizicultores atenderem esses requisitos aumentarão a eficiência do sistema de bombeamento de água para suas lavouras e estarão também, contribuindo para a melhoria ambiental com a redução do uso de recursos naturais como água e a energia, além da redução do custo de produção”, completa Marcolin.

 

Por Eduardo Pires

IRGA