México irá estudar a importação do arroz brasileiro
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A abertura de mercados para o arroz brasileiro foi a pauta da visita oficial do diretor comercial do Irga, Rubens Silveira, ao México. A missão ao país da América Latina teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes e, entre outras negociações, foram iniciadas tratativas para abrir mercado ao arroz do Brasil.
Segundo Silveira, o Brasil precisa resolver problemas tarifários e fitossanitários para que o arroz fique competitivo no México. A revisão da ACE 53, que dispõe sobre as tarifas de importação dos mexicanos, poderá incluir a tarifa zero ao cereal. “A visita ao México teve o objetivo de desobstruir os caminhos para que tenhamos mais um país importador do nosso arroz”, diz Silveira.
A tarifa praticada corresponde a 20% para arroz beneficiado, podendo chegar a 45%, e 9% para arroz em casca. Conforme a atual ACE 53, o Brasil usufrui de uma redução de 20% sobre as tarifas. O setor arrozeiro gaúcho terá uma reunião com representantes mexicanos para discutir a revisão da ACE 53, nos dias 10 e 11 de setembro, provavelmente no Rio de Janeiro. “Vamos pedir a redução da tarifa para valores iguais aos dos Estados Unidos”, explica.
Outro entrave é a questão fitossanitária. O Brasil deverá abrir uma investigação de origem para certificar ao México que não existem as pragas que o país da América Latina não deixa entrar em seu território. Essa questão também será discutida, mas em outubro, durante visita mexicana ao Brasil.
Perfil mexicano
O México é um grande importador agrícola, com compras de cerca de 18 milhões de dólares ao ano. As exportações de alimentos do Brasil para o México foram de apenas 270 milhões de dólares no ano passado e o governo brasileiro tem encontrado dificuldades para avançar em liberalização do mercado mexicano.
O país importa cerca de 800 mil toneladas de arroz por ano, sendo os Estados Unidos os principais exportadores. O perfil importador é de arroz em casca, o que abriria um novo nicho para o Brasil que quase não exporta esse tipo.