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Previsão climática para julho, agosto e setembro

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Anomalias da temperatura da superfície do mar em junho - Foto: Reprodução

Por Jossana Cera

Durante junho, as chuvas ficaram concentradas nos primeiros dez dias do mês em todo o Estado, com acumulados acima dos 200 mm na região Norte e Região Metropolitana de Porto Alegre. Na Metade Sul do Rio Grande do Sul, o acumulado mensal ficou dentro da média na maioria das regiões, variando de 120 a 150 mm. Na Fronteira Oeste e Zona Sul a precipitação variou de 70 a 120 mm. Já nos primeiros dias de julho, a chuva ficou restrita ao Sul e parte da Campanha, não passando dos 50 mm.

No Oceano Pacífico, a condição ainda é de neutralidade. A região de águas mais aquecidas, próximo à costa da América do Sul, que vinha mostrando uma tendência de aquecimento recuou no último mês, dando assim continuidade à neutralidade (Imagem 1). Na Imagem 1 tem-se o mapa de Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar para o mês de junho, onde o retângulo mostra a região do Niño3.4, região onde os centros internacionais usam para calcular o Índice Niño (índice que define eventos de El Niño e La Niña). A área marcada pelo círculo, no Oceano Atlântico Sul, mostra uma região aquecida e deslocada para sul, próximo à foz da Bacia do Prata. Esse aquecimento anormal acaba trazendo mais umidade na região à oeste ao aquecimento e, muitas vezes, ocasiona o aumento de precipitações nessa região.

Conforme a última atualização (13 de julho) do IRI (International Research Institute for Climate and Society, da Universidade de Columbia-EUA), a previsão indica que o inverno transcorrerá sob neutralidade, assim como a primavera e o verão. A probabilidade de manutenção das condições neutras varia entre 50-55% e a de formação do El Niño entre 35-45%. Portanto, vamos continuar monitorando!

As previsões do modelo utilizado pelo CPPMet da UFPel seguem nessa linha, ou seja, de maneira geral, estão indicando chuvas dentro do normal para os meses de julho, agosto e setembro, sendo que em julho há uma tendência de se ter mais chuvas na região Leste do Estado (Imagem 2). Há outros modelos projetando chuvas acima e outros abaixo da média. Isso acontece por causa da neutralidade. Ou seja, se analisarmos a série histórica da produtividade da soja no Rio Grande do Sul (que depende da chuva), notaremos que em anos neutros houve anos bons, anos com frustrações e anos com produtividade dentro da média, ou seja, os anos ditos neutros são muito variáveis entre si em relação às chuvas.

Levando em consideração toda essa variabilidade, é muito importante que se faça a limpeza e manutenção dos drenos, se antecipe as reformas de bueiros e pontilhões, assim como os reparos nas barragens. Deve-se ficar atento ao sistema de irrigação no caso de cheia em rios e, principalmente, fazer o preparo antecipado do solo assim que possível.

Jossana Cera é meteorologista, doutora em Engenharia Agrícola pela UFSM e consultora do Irga

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