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Produtores de arroz encaminham pedido de prorrogação das dívidas

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Representantes de sindicatos e associações de arrozeiros de Pelotas, Jaguarão, Rio Grande, Arroio Grande, Herval, São Lourenço do Sul, Santa Vitória do Palmar e Pedro Osório formalizaram, na tarde de ontem, junto à superintendência regional do Banco do Brasil, a prorrogação dos vencimentos das dívidas com custeio da lavoura, contraídas na última safra.

Eles entregaram documento assinado pelo vice-presidente da Federarroz, Antônio Borges, que expõe a incapacidade de pagamento dos financiamentos diante dos preços praticados atualmente, com pedido de prorrogação dos custeios, conforme previsto no manual de crédito rural, explicam. O prazo adicional é de até um ano após o vencimento da última prestação prorrogada. Os produtores possuem até o dia 31 de julho para apresentar pedido formal de prorrogação às instituições financeiras credoras, que terão até 30 de setembro para formalizar os aditivos.

De acordo com Borges, mais de 45% das lavouras de arroz da região são custeadas através do crédito rural. O preço médio da saca de 50 quilos de arroz com 58% de grãos inteiros, praticado na região de Pelotas, gira em torno de R$ 17,00, valor bem distante do preço mínimo de R$ 22,00 e do custo de produção, que é de R$ 28,00. O custo por hectare é de R$ 2,5 mil e o retorno aproximado do produtor é de R$ 1,8 mil por hectare, o que resulta em prejuízo de R$ 700,00 por hectare.

O superintendente do BB, Carlos Spindler, se mostrou receptivo às reivindicações dos produtores e deve encaminhá-las à superintendência estadual do banco, ao diretor de agronegócios em Brasília e ao Ministério da Agricultura. Segundo ele, as prorrogações dos financiamentos de custeio e investimentos do ano passado estão autorizadas e devem ocorrer automaticamente. Para isso, o produtor deve apenas encaminhar o pedido de prorrogação às agências do banco no seu município. O modelo da carta pode ser obtido junto aos sindicatos rurais e às associações de produtores.

 

Prorrogações serão automáticas

Segundo Spindler, o novo vencimento será carimbado na cédula do produtor rural e prorrogado automaticamente no sistema sem custos ou burocracias. “O produtor precisa apenas solicitar a prorrogação.” Além disso, ele garante que a prorrogação não deve interferir no crédito dos produtores para futuros financiamentos, pois os limites foram aumentados.

No ano passado, o Banco do Brasil realizou 397.389 operações de crédito rural, com financiamento total de R$ 4,531 bilhões no estado. A instituição é responsável por mais de 70% das operações de custeio no estado. A regional de Pelotas realizou em 2005, 33.956 operações o equivalente a R$ 387 milhões. Em Pelotas, foram financiados R$ 120 milhões, 95% das operações de crédito rural do município.

 

Fonte: Diário Popular

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