Pelotas – Com foco na “Sustentabilidade da lavoura da Zona Sul”, o primeiro seminário da região superou as expectativas com a participação de 150 agricultores. O evento, que aconteceu nesta quinta-feira (28), no Parque do Sesi, em Pelotas,  reuniu também engenheiros agrônomos, pesquisadores, técnicos de empresas pública e privada, lideranças políticas e representantes da indústria e de entidades da cadeia produtiva do arroz.

O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, relatou aspectos e cenários da orizicultura gaúcha. Apesar da crise em que enfrenta o setor, Pereira destacou o trabalho da autarquia juntamente com o apoio dos Governos Estadual e Federal na busca de alternativas para amenizar a dificuldade de custos de produção e preços do cereal. “Estamos trabalhando com questões complexas para melhorar a lavoura orizícola. Vamos investir em sistemas de armazenagem. O produtor e a indústria tem que ter elementos para se planejar. Temos que fortalecer nossa indústria”. Para o dirigente, é fundamental o diálogo constante com toda cadeia produtiva para a construção de políticas públicas.

O seminário contou com depoimentos de produtores que ressaltaram pontos positivos da região. De acordo com o engenheiro agrônomo e produtor de Santa Vitória do Palmar, Márcio Sanchez da Silveira, algumas das estratégias para superar a crise estão a alta produtividade e a qualidade do produto.

O painel que debateu as estratégias para superar a crise também apontou o preparo do solo, a época de semeadura, o manejo da irrigação e a capacitação de pessoas como um dos pontos principais no processo de cultivo. Para a busca de novos mercados, os participantes entenderam que é necessário atuar com competência e profissionalismo.

Outros aspectos discutidos estão as alternativas do uso do arroz para a ração animal, além de buscar caminhos alternativos junto a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O planejamento e a organização devem ser aliados ao processo de produtividade com sustentabilidade. O objetivo é buscar altas produtividades com menor impacto ambiental e ter foco na gestão.

Conforme o diretor técnico do Irga, Valmir Menezes, a Zona Sul é a região que mais cresce em produtividade. Pesquisas apontam que o aumento é de trezentos quilos por ano. “Isso representa sustentabilidade”, concluiu.

Foram apresentados durante o evento as demandas da pesquisa, extensão rural e política setorial da cadeia produtiva do arroz. Além dos resultados da safra, as perspectivas climáticas para a safra 2011/12, as boas práticas de gestão e as novas cultivares IRGA 426, IRGA 427 e IRGA 428 tiveram a atenção de arrozeiros da Zona Sul.

Participaram os prefeitos de Santa Vitória do Palmar, Eduardo Morrone, de Pedro Osório, César Brito, o diretor comercial do Irga, Rubens Silveira, o gerente da Divisão de Pesquisa, Sérgio Lopes, o gerente do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), Rui Ragagnin, o coordenador da regional do Irga de Pelotas, Marcos Fernandes, o assessor da presidência e da política setorial da autarquia, João Felix, e convidados.