Chuva segue abaixo da média no inverno gaúcho
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Temperatura da superfície do mar
Em atualização em 10 de junho de 2021, a Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (NOAA) indicou que o Oceano Pacífico está sob neutralidade, sem resfriamento ou aquecimento suficiente para que exista presença dos fenômenos La Niña ou El Niño, respectivamente. Este cenário deverá prosseguir até o início da próxima primavera.
A partir daí, trabalhando-se com a climatologia, os meteorologistas do centro norte-americano indicam maior chance de retorno de um La Niña mais fraco e de curta duração entre, aproximadamente, novembro de 2021 e janeiro de 2022. A justificativa baseia-se nos La Niñas mais intensos observados em 2008 e em 2011. Nos dois casos, houve um repique mais fraco do fenômeno no fim dos anos.
Mas quando olhamos a temperatura em profundidade, por enquanto, a água está levemente mais quente que o normal. Se levarmos em consideração apenas o que as simulações mostram, há indicativo da manutenção da neutralidade climática, mas com tendências ora levemente mais quentes (entre janeiro e março de 2022), ora levemente mais frias (até dezembro de 2021).
Independentemente do cenário, será importante perceber que a variabilidade será a bola da vez nos próximos meses, pois em nenhum caso, teremos um Pacífico preponderante para definir a qualidade da chuva na América do Sul até o verão de 2022. Outros oceanos, como o Índico e o Atlântico, serão importantes para determinar um mês mais chuvoso ou mais seco no continente.
Previsão geral da temperatura
A temperatura ficará próxima da média histórica em boa parte dos três estados do Sul. Apenas o Oeste do Rio Grande do Sul e o Norte do Paraná terão um inverno menos frio. Em julho, o frio será mais frequente e intenso na primeira quinzena do mês, com maior potencial para geadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sul e Oeste do Paraná.
Em agosto, embora ainda existam algumas ondas de frio, o mês será caracterizado pelo calor. A simulação mensal europeia ECMWF indica desvios acima dos 4°C no Norte do Paraná em sua versão membro de controle.
Em setembro, com o aumento da precipitação, a temperatura ficará mais baixa que o normal no Leste do Paraná e de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Há potencial para geadas na primeira quinzena no Centro, Oeste e Sul do RS.
Previsão geral da precipitação
O inverno 2021 será menos chuvoso que o normal no Sul, no Norte e Leste do Rio Grande do Sul, de acordo com a simulação probabilística da Universidade de Colúmbia (IRI). Apenas áreas do Oeste e Sul do Rio Grande do Sul devem receber precipitação próxima da média histórica.
Mesmo com a chuva abaixo da média, a precipitação será frequente e seguirá uma crescente com o passar da estação. Ela não será suficiente para garantir geração elevada e contínua de energia elétrica, mas ajudará no desenvolvimento das culturas de inverno.
Em julho, embora exista previsão de chuva sobre os três estados do Sul, o acumulado será baixo na maior parte dos municípios. Agosto será mais chuvoso que julho. O acumulado passa dos 100 milímetros no Rio Grande do Sul, no Centro e Leste de Santa Catarina e no Sul e Leste do Paraná. No Oeste do Rio Grande do Sul, estimam-se mais de 200mm. Setembro será o mês mais chuvoso dos três, com acumulado em torno dos 200mm no Rio Grande do Sul, Centro e Leste de Santa Catarina e Sul e Leste do Paraná.
Para a primavera, a simulação IRI indica precipitação entre a média e abaixo da média e temperatura acima do normal no interior do Paraná e de Santa Catarina e no Norte, Oeste e Sul do Rio Grande do Sul, indicando que as precipitações serão irregulares em parte da estação, permitindo períodos ensolarados e, por consequência, quentes, sobretudo no Paraná.
