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Chuva volta a ficar irregular em julho

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O mês de julho tende a ficar com precipitações dentro da média climatológica com boa parte da chuva ocorrendo no final do mês - Foto: Pixabay
Por SOMAR METEOROLOGIA

Temperatura da Superfície do Mar
O oceano Pacífico resfria rapidamente em sua porção equatorial. Embora em seu último relatório, na data de 19 de junho, a NOAA afirme que o inverno será neutro e que perceberemos efeitos parecidos com um La Niña em parte da estação. Todas as simulações indicam precipitação inferior à média na maior parte do Centro e Sul do Brasil. O CFSv2 é o mais otimista, com chuva acima da média no Centro, Oeste e Sul do RS e abaixo da média somente a partir do Paraná.

Os demais sistemas indicam chuva dentro da média no Centro, Leste e Sul do Rio Grande do Sul e Leste de Santa Catarina por conta da maior frequência de frentes frias. A medida em que se avança para o Oeste da Região Sul, Regiões Sudeste e Centro-Oeste, predomina a chuva abaixo da média entre julho e setembro. Apesar da expectativa de pelo menos duas fortes ondas de frio entre julho e agosto, o grande espaçamento entre os eventos deixará a temperatura mais elevada que o normal no inverno no Sul, Centro-Oeste e boa parte do Sudeste.

Por outro lado, Espírito Santo, Minas Gerais e boa parte do Nordeste terão um inverno menos quente que o normal. Para o decorrer do segundo semestre, a NOAA afirma que há, praticamente, chances iguais de manutenção de neutralidade e desenvolvimento de um La Niña, com probabilidade levemente maior para La Niña com 50% de chance.

A questão está na temperatura do Pacífico profundo. Apesar de uma grande área com águas mais frias que o normal no Centro e Leste do oceano, a porção Oeste está um pouco mais quente que o normal. Então, há dúvidas de que o resfriamento superficial seja duradouro suficiente para o surgimento de um La Niña.

De qualquer forma, previsões mais estendidas indicam um trimestre outubro, novembro e dezembro mais chuvoso que o normal no Centro e Norte do Brasil. São Paulo, Mato Grosso do Sul e toda a Região Sul devem receber precipitação inferior ao normal, algo coerente com a presença de um Pacífico frio. Isto quer dizer que mesmo que não tenhamos um La Niña formado, a atmosfera continuará respondendo ao resfriamento do oceano.

É claro que o padrão de chuva abaixo da média não será persistente. Veremos, na realidade, meses secos alternando com meses mais chuvosos no Sul. Mas, os períodos chuvosos não serão intensos suficiente para gerar acumulados próximos da média histórica. Além de tudo, este período será caracterizado por temperatura acima da média em todo o Brasil com maiores desvios na Região Sul.

Temperatura - Previsão Geral
Ao longo dos próximos meses, espera-se temperaturas acima da média climatológica para todo o Rio Grande do Sul, mas vale lembrar que a média de temperatura já é baixa para o período. As ondas de frio mais intensas ocorrem já na primeira semana de julho e também a partir da segunda quinzena do mês, estendendo-se até os primeiros dias de agosto. Após esse período, o frio perde intensidade, e com os eventos mais espaçados, as temperaturas tendem a subir mais entre a chegada de um sistema e outro.

Precipitação - Previsão Geral
Após um longo período de estiagem, aos poucos a chuva começou a se tornar mais presente sobre o Rio Grande do Sul, onde o último mês de junho foi de chuva acima da média no Estado, com desvios que superaram os 50 milímetros acima da climatologia para o mês. Mesmo com bastante chuva, o período anterior de seca prolongada e os episódios de precipitação espaçados, dificultaram a recuperação plena dos reservatórios (rios, açudes e barragens) para as lavouras, e reposição de umidade do solo profundo.

De forma geral, o mês de julho tende a ficar com precipitações dentro da média climatológica, e ligeiramente acima em áreas da Campanha, Sul e Litoral do RS, com grande parte da chuva ocorrendo nos dois últimos decêndios do mês. No decorrer do inverno, a chuva fica cada vez mais irregular sobre o território gaúcho, respondendo ao lento resfriamento do Oceano Pacífico.

Dito isso, a expectativa é que a chuva não alcance a média histórica esperada para os meses de agosto e setembro, mas, isso não significa ausência de chuva e sim que os eventos mais expressivos irão apresentar maior intervalo de tempo entre um e outro.

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Anomalia da Precipitação Trimestral
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