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Conab reduz para 11,5 milhões a produção de arroz no Brasil

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A Conab divulgou hoje, 09 de fevereiro, o 5º Levantamento de Intenção de plantio para a safra de arroz, já computando as perdas na cultura, devido os efeitos climáticos.

A seguir, a análise. na íntegra, da companhia sobre a cultura de arroz

 

Situação geral – A lavoura de Arroz vem crescendo em produtividade embora a expansão da área encontre dificuldades pela falta de terras apropriadas à cultura, situadas próximas de mananciais suscetíveis a tomadas de água ou derivações para utilização na irrigação, uma vez que a maior parcela da produção vem do arroz irrigado. A semeadura da safra 2009/10, no Rio Grande do Sul, foi concluída fora do período recomendado, devido as condições climáticas desfavoráveis com chuvas em excesso, enchentes e enxurradas. O período ideal para o estabelecimento da cultura esgotou antes que os produtores conseguissem concluir a semeadura normal e o replantio das áreas perdidas por causa das adversidades climáticas. Nas regiões produtoras de arroz de sequeiro, a semeadura está transcorrendo dentro do período recomendado e as reduções de área se deram por opção dos produtores e não por problemas de clima. De uma maneira geral, o pacote tecnológico utilizado é considerado muito bom, ajudado pela queda dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes. Nas áreas de arroz irrigado, o constante uso das terras (sem rotação de cultura), aumentou a infestação com arroz vermelho e as variedades CL (Clearfield) não estão conseguindo cumprir sua função devido à segregação e conseqüente resistência ao herbicida utilizado no combate desta invasora.

 

Área cultivada - A área cultiva com Arroz na safra 2009/10 está em torno de 2.775,1 mil hectares, 3,9% inferior a área cultivada na safra 2008/09 que foi de 2.909 mil hectares.

 

Produtividade – A produtividade média nacional esperada para esta safra deve ficar em torno de 6.350 Kg/ha, menor 11,19% que a alcançada na safra 2008/09, que foi de 7.150 kg/ha. A diminuição, em parte, é considerada normal porque o incremento da produtividade na safra passada foi conseqüência da produtividade recorde do Rio Grande do Sul, Estado maior produtor de arroz da federação e que nesta safra está enfrentando problemas de clima, semeando quase 30% da área fora do período recomendado pela pesquisa.

 

Produção – A produção nacional de arroz, na safra 2009/10, está estimada em 11.507,9 mil toneladas reduzindo 8,7% em relação a safra 2008/09 que foi de 12.602,5 mil toneladas.

 

Incrementos/reduções – A redução de área ocorreu tanto no arroz de sequeiro como no arroz irrigado. No ar roz de sequei ro a redução foi em decorrência da competição com a soja e da falta de abertura de novas áreas, quando a primeira cultura utilizada era o arroz. As maiores reduções estão ocorrendo em Mato Grosso do Sul (24,5%), Minas Gerais (6,4%) e Mato Grosso (12,8%). No arroz irrigado, as reduções decorreram da ocorrência de excesso de chuvas, alagamentos e enxurradas que ocorreram durante o período de implantação da cultura, principalmente no Planalto Central e fronteira oeste do Rio Grande do Sul . A redução de área no Estado foi de (2,4%) e a produtividade deve cair ao redor de (11,2%), levando a produção a uma redução de (13,3%). Parte da área atingida foi replantada e atingida novamente, causando mais prejuízos para o produtor e mais de 50.000 ha foram totalmente perdidas. A redução de área e de produtividade no Rio Grande do Sul pode ser ainda maior, o que será conhecido quando estiver concluído o levantamento e a avaliação das perdas causadas pelo último alagamento ocorrido no dia 19 de janeiro.

 

Sistema de cultivo – O cultivo do arroz irrigado, na sua grande maioria, é feito pelo sistema de Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Plantio Pré-Germinado. O Plantio Convencional está sendo pouco usado e justifica-se apenas quando as condições climáticas não per mitem o preparo antecipado do solo, como aconteceu no Rio Grande do Sul, que nesta safra, terá 30% de Plantio Convencional. Em Santa Catarina, predomina o sistema de cultivo em patamares, o que favorece o uso das sementes Pré-Germinadas. Já o arroz de sequeiro utiliza o Sistema de Plantio Direto para áreas cultivadas a mais tempo e o Plantio Convencional para áreas abertas recentemente. Nas Regiões Norte e Nordeste o predomínio é do plantio convencional tradicional.

 

Clima – As grandes precipitações ocorridas na Região Sul, da mesma forma que recuperou os mananciais que fornecem água para irrigação, prejudicou as lavouras pelos constantes alagamentos principalmente nas áreas mais baixas e situadas próximo às margens dos rios, causando prejuízos consideráveis. Os danos maiores aconteceram no Rio Grande do Sul – Planalto Central e Fronteira Oeste. Nas demais regiões o clima está sendo favorável para o desenvolvimento da cultura.

 

Estágio da cultura – Na área cultivada com arroz irrigado encontramos desde a fase inicial de desenvolvimento vegetativo até áreas já colhidas, o que indica que teremos um período de colheita bastante extenso, prolongado pela ocorrência de adversidades climáticas. Na Região Sul, especificamente, o atraso na semeadura foi mais acentuado, alcançando 30% da área total do Estado. Na Região Centro Sul a semeadura está  concluída. Nas regiões Norte e Nordeste a semeadura deverá se estender até o mês de abril.

 

Qualidade do produto a ser colhido – A qualidade do arroz produzido no Brasil geralmente é excelente, devido ao uso de variedades pesquisadas, não só visando produtividade mas, também o desempenho na cocção. No arroz irrigado, as variedades mais semeadas nesta safra são: Puitá Inta CL, Irga 424, Irga 422, Irga 417, Irga 409, Olimar e Querência. As variedades que produzem grãos do tipo patna longo fino, são os preferidos dos consumidores o que fez com que os produtores de arroz de sequeiro, adotassem variedades produtoras de arroz deste tipo.

 

Mercado – Os preços praticados no mercado tiveram acentuada elevação nas últimas semanas com majoração ao redor dos 23%, com tendência à estabilização. As variações são regionais por influência da logística. No Rio Grande do Sul o preço varia entre R$ 30,00 e R$ 32,00 a saca de 50 kg e no Mato Grosso o preço praticado pela saca de 60 kg de arroz de sequei ro longo fino oscila entre R$ 31,00 e R$ 32,20.

 

Fone: Conab

IRGA