Integrantes da Divisão Técnica do Irga participaram de palestras no Pavilhão Internacional do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, durante a 47ª Expointer. Os eventos foram organizados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Na manhã de quarta-feira (28), o gerente da Extensão Rural do Irga, Luiz Fernando Siqueira, participou do painel “Diagnóstico dos impactos das enchentes nos solos do RS”. Siqueira foi um dos painelistas convidados para o evento que aconteceu no estande do Governo do RS no Pavilhão Internacional. O encontro foi mediado por Jackson Brilhante (Seapi), com participação também de Ricardo Augusto Felicetti (Seapi), Marcelo Brandoli (Emater) e Michael Mazurana (Ufrgs).

O servidor do Irga apresentou um levantamento realizado em 23 municípios na área Central do RS (a regional arrozeira mais atingida pelas cheias de maio), por meio de um questionário aplicado em 312 entrevistados. “Encontramos uma quantidade significativa de cascalho e areia depositados no solo, em um volume tão grande que seriam necessários 3 milhões de caminhões para retirar. Isso vai impactar não só essa safra, mas as próximas”, alertou.

As análises do solo conduzidas não apontaram uma perda imediata de fertilidade pela deposição de areia. “Mas acreditamos ser um efeito temporário. Com o passar dos dias, a tendência é de haver lixiviação dos nutrientes e empobrecimento do solo”, complementou. O Irga deve retornar em outubro para novas coletas nas mesmas áreas, para acompanhamento.

A erosão superficial de solo foi um dos principais problemas identificados na área pesquisada. “Recuperar um solo é um trabalho de 20, 30 anos. É até difícil mensurar esse tipo de prejuízo, porque formar solo de boa qualidade requer tempo e investimento”, disse Siqueira.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Já na tarde de quinta-feira (30) foi a vez do coordenador regional da Fronteira Oeste do Irga, Dr. Cleiton Ramão, que palestrou abordando o tema “Arroz irrigado em sistema de produção em terras baixas”, também no estande do Governo gaúcho no Pavilhão Internacional.

A palestra objetivou demonstrar as possibilidades de intensificação do uso da terra no ambiente arrozeiro, na busca por melhorias e sustentabilidade dos sistemas produtivos da lavoura arrozeira e da pecuária em terras baixas.

“É importante intensificar o uso das áreas de arroz com outras culturas, como soja, milho na safra de verão, e pastagens com pecuária no inverno, além do cultivo de trigo durante o inverno”, comentou Ramão.

O engenheiro agrônomo também abordou a evolução da lavoura arrozeira que saiu do sistema de produção arroz sobre arroz, e atualmente está se inserindo em sistemas de produção, com o objetivo de aumentar a renda e a sustentabilidade da propriedade.