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Óleo de arroz: biodiesel ou culinária?

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A utilização de produtos agrícolas na fabricação do biodiesel  é o assunto da moda no Brasil. Soja, mamona, amendoim e até o arroz surgem como esperanças para a anunciada falta de petróleo e os sérios problemas ambientais que este causa. Mas o emprego do óleo de arroz para o ciclo diesel faz surgir um debate: é melhor utilizar este derivado para biocombustível ou para a alimentação?

            Segundo o pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Carlos Fagundes, em 100kg de arroz podem ser extraídos em torno de 2 litros de óleo. O produto é obtido através do farelo, removido durante o polimento do arroz. Existem duas rotas para a extração, por esmagamento ou com solventes químicos.

A explicação para não usar o óleo de arroz como fonte de energia é simples. Se comparado com a disponibilidade de outras fontes - mamona, amendoim, colza e soja, por exemplo - a participação do arroz no processo é reduzida. Enquanto em 100 kg desses produtos podem ser extraídos em torno de 40% de óleo, no arroz são retirados apenas 2%.

            O pesquisador do Irga, Gilberto Amato, defende o aproveitamento do óleo na culinária e considera o produto de caráter fino. O óleo de arroz tem melhores propriedades nutricionais e funcionais que os similares de soja e milho e, além de tornar as frituras menos gordurosas, possui em sua composição o antioxidante gama-orizanol, que ajuda a combater o envelhecimento.

Outro aspecto importante para a saúde é a resistência à quebra das cadeias orgânicas, causadas por frituras em temperaturas altas. Essas quebras geram produtos carcinogênicos, ou seja, potenciais geradores de câncer. No caso do óleo de arroz, as quebras são menos significantes.

            Ao mesmo tempo em que se discute no País os prós e contras do biodiesel, o Governo do Estado, com os Arranjos Produtivos do Arroz (Ap/Arroz-RS) trabalha para a geração de energia por meio da casca do cereal. Segundo Amato, 500kg de casca de arroz equivalem a 1 barril de petróleo e, mesmo estando longe de diminuir o problema de consumo energético mundial, os aportes de casca de cereais são suficientes para assegurar o apoio para a secagem das respectivas safras.

Já é possível encontrar o óleo de arroz em supermercados, embora com preço um pouco maior que o óleo tradicional. Por reter menos gordura, os produtos fritados com óleo de arroz têm menos calorias e são mais crocantes. A boa forma e o coração agradecem.

 

As informações são da Assessoria de Comunicação do Irga

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