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Pacífico frio traz menos chuva ao final de inverno e primavera

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Não há projeção para acumulados elevados e, com isso, o Estado Gaúcho deve fechar o mês dentro da normal climatológica - Foto: Pixabay
Por SOMAR METEOROLOGIA

Temperatura da Superfície do Mar

O Oceano Pacífico permanece sob resfriamento. Nas últimas semanas, a porção Leste registrou desvio de temperatura em -2°C. Já a Região Central, a mais estudada no que diz respeito aos fenômenos El Niño e La Niña, voltou a marcar temperaturas abaixo da média (-0,5°C) após o mês de julho, com desvios mais próximos do normal.

Em sua última atualização, a Agência Americana de Meteorologia de Oceanografia (NOAA) indica que as simulações numéricas variam entre neutralidade e La Niña, mas o órgão trabalha com maior hipótese de La Niña para a primavera 2020 (60% de chance) e verão 2021 (55% de chance). Vale salientar que outras simulações não indicam desvios negativos de temperatura tão significativos ou duradouros, o que mantém a dúvida sobre a hipótese da formação de um fenômeno La Niña clássico.

De qualquer forma, a atmosfera já sente o resfriamento do Pacífico neste momento. O grande espaçamento entre as precipitações no Centro e Sul do Brasil é um exemplo de que uma parte das frentes frias está se afastando para o alto mar antes de avançar pela região.

Naturalmente, como ainda não há um resfriamento intenso e duradouro, volta e meia, a atmosfera volta para seu padrão “normal”, com chuvas mais intensas. Foi o caso do fim de julho e início de julho e, também, desta segunda quinzena de agosto com expectativa de chuva forte entre o Paraná e Mato Grosso do Sul. Tudo leva a crer que a oscilação prosseguirá nos próximos meses no Centro e Sul do Brasil.

Além disso, especificamente nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste a
regularização da precipitação deverá demorar mais que o habitual. E por fim, a tendência de um segundo semestre não tão quente como o observado no ano passado. As ondas de frio com potencial para geadas ainda aparecerão, sobretudo, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na segunda quinzena de agosto e início de setembro, mas irão perder intensidade no decorrer da primavera, embora a próxima estação seja caracterizada por temperaturas mais baixas.

Temperatura - Previsão Geral

Após um mês de agosto com temperaturas máximas acima da climatologia, o início da primavera promete ser quente no Rio Grande do Sul. Ao longo do mês de setembro, alguns dias de tempo seco na segunda semana já serão suficientes para elevar a média climatológica no Estado. Ondas de frio são previstas para o início e final do mês e para meados do dia 26 há risco de geada mais ampla sobre o RS.

Em outubro, a chuva começa a falhar, e com eventos espaçados e pouco volumosos, as temperaturas tendem a ser mais elevadas tanto pela manhã quanto a tarde, mas, nada intenso e duradouro quando o calor de 2019. A partir de novembro e dezembro, os desvios de temperatura começam a se normalizar, e apesar de algumas oscilações, ambos os meses fecham com temperatura dentro da climatologia.

Precipitação - Previsão Geral

Agosto foi marcado por pouca chuva sobre o RS, com precipitações irregulares e pouco volumosas sobre grande parte do Estado. A chuva começou a retornar nos últimos dias do mês, chegando a acumular 60mm nas áreas da Campanha gaúcha entre os dias 28 e 31 de agosto.

Apesar de uma onda de frio intensa em meados do dia 22, que chegou a provocar neve e temperaturas negativas em diversos pontos do Estado Gaúcho, as tardes foram mais quentes que o normal, com desvios que chegaram a ficar de 3-4°C acima da climatologia na Fronteira Oeste e Região Metropolitana de Porto Alegre.

Setembro começa com chuva sobre grande parte do Rio Grande do Sul, com acumulados mais elevados em áreas da Campanha Gaúcha e Região Sul do Estado, com expectativa para volumes na casa dos três dígitos nos primeiros 7 dias do mês, que tende a se espalhar para as demais regiões no decorrer do primeiro final de semana (05/09 e 06/09).

Após esse período, o frio ganha força entre os dias 7 e 8 de setembro, com condição para geada nos pontos mais altos e áreas de baixada, mas com menor intensidade se comparado ao evento observado no segundo decêndio do mês de agosto.

Até meados da segunda quinzena de setembro, o tempo firme passa a predominar sobre grande parte do RS, com pancadas de chuva concentradas somente no Sul e na Campanha, que aliás, são as duas únicas regiões que devem fechar o mês com acumulados acima da média climatológica. Sem chuva expressiva nas demais áreas, as temperaturas tendem a ser mais elevadas, podendo chegar próximo aos 30°C neste período.

A partir da segunda quinzena do mês, a chuva começa a retornar ao Rio Grande do Sul, mas, mesmo com eventos mais frequentes, não há projeção para acumulados elevados, e por isso toda a faixa Norte, Centro e Oeste gaúcho devem fechar o mês com chuva dentro da normal climatológica, tendendo para abaixo da média.

Em relação ao frio, destaque para uma onda prevista para o segundo decêndio de setembro, desta vez mais intensa, e que pode causar eventos de geada ampla sobre grande parte do Rio Grande do Sul. Com o Oceano Pacífico entrando em sua fase fria, a chuva começa a falhar a partir de outubro. Alguns eventos de chuva são esperados na primeira semana, na virada da quinzena e nos últimos dias do mês. Os maiores acumulados projetados se concentram na Campanha gaúcha, mas que ainda sim, não devem alcançar a média climatológica para outubro.

Sem chuva significativa, as temperaturas conseguem subir rapidamente no período da tarde, mantendo a sensação de calor bastante presente, mas nada intenso e duradouro quanto o observado em 2019. Diferentemente do ano passado, a estiagem de 2020/2021 acontecerá mais tarde e atingirá uma área menor que no último ano. Em novembro de 2020, há previsão de chuva acima dos 100mm no Estado e isso também valerá para dezembro deste ano. Somente em janeiro e fevereiro de 2021, a chuva enfraquecerá com risco de estiagens no Centro, Oeste e Sul do Rio Grande do Sul.

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Anomalia da Precipitação Trimestral
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