Escritora, produtora, apresentadora e muito mais. Essa é a paulista Rita Lobo, criadora do site Panelinha e no ar atualmente no Canal GNT com o sucesso “Cozinha Prática”, que já está em sua 12ª temporada. Ela também é autora dos best-sellers “Cozinha de Estar”, “O que tem na geladeira” e “Pitadas da Rita”. Na manhã do último sábado (8), Rita esteve na Casa Destemperados, em Porto Alegre, a convite do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), para um bate-papo informal sobre a importância do arroz na alimentação.  Os convidados também puderam degustar um brunch com pratos feitos a base de arroz, servido pelo chef Márcio Ávila.

O encontro foi aberto pela coordenadora do Programa de Valorização do Arroz do Irga, Camila Pilownic Couto, que fez um breve relato sobre a autarquia e o Provarroz. “Entre mil fatos que levaram a população a consumir menos arroz, o principal é a falta de conhecimento sobre os seus benefícios para a saúde. Por isso que promovemos eventos como esse”, explicou.

Rita falou cerca de uma hora para uma plateia atenta e que não se intimidou nem com a chuva da manhã de sábado. Para a apresentadora, sua missão é levar todo mundo para a cozinha. “Cozinhar é uma ferramenta para termos uma alimentação saudável. Como hoje ninguém tem mais tempo de ir para a cozinha, minha solução é homens e mulheres na cozinha.”

Para ela, temos que enfrentar juntos um sistema alimentar que está acabando com a saúde das pessoas. “Qual o problema de se comprar comida pronta? O problema é que não deu certo. Os índices de obesidade começaram a crescer em todo mundo por causa disso. Isso é uma questão de saúde pública. A obesidade causa uma série de doenças e em nenhum lugar do mundo a obesidade foi revertida. Os lugares no mundo onde os índices de obesidade são menores têm em comum uma dieta baseada em comida de verdade. Por isso o nosso PF (prato feito) é tão poderoso, em função da combinação do arroz com feijão.”

Rita defende a combinação arroz e feijão na comida do brasileiro. “Não sei quem foi que juntou o arroz com feijão, mas acertou em cheio, pois além de gostoso estava dando certo. As pessoas iam comendo e iam sobrevivendo. Existem 20 tipos de aminoácidos, que são proteínas. O feijão tem 19. Adivinha quem tem o aminoácido que precisa para completar os 20 aminoácidos e transformar o feijão nessa proteína fantástica: o arroz, claro. Arroz e feijão é uma combinação perfeita. Enquanto comíamos arroz e feijão todos os dias, a obesidade não era um problema”, complementa.

Outro ponto bastante enfocado pela apresentadora é duelo entre a “comida de verdade” e a “imitação de comida”. Nós temos quatro grupos alimentares. O primeiro é o in natura ou o minimamente processado (carnes, verduras, arroz, feijão, farinhas, café, leite...), que deveria ser a base da nossa alimentação. O segundo grupo é o dos ingredientes culinários, como gorduras, azeite, manteiga, sal, açúcar. O terceiro, alimentos processados (queijo, pepino em conserva, palmito em conserva, abacaxi em calda, conservas em geral). E o quarto grupo é composto pelos alimentos ultraprocessados, produto que tem cheiro de comida, gosto de comida, textura, cor de comida, mas não tem os nutrientes da comida de verdade. São os alimentos desse quarto grupo que devemos tirar da nossa alimentação.”

“As pessoas não se dão conta, mas um pão de forma do supermercado precisa durar um tempão para sair da fábrica e chegar até a casa do consumidor. Então esse pão leva conservante e esse conservante tem um cheiro meio estranho. Então ele precisa de um aromatizante e esse aromatizante dá uma destruída na estrutura do pão. Então ele precisa de um estabilizante e um emulsificante. E esses dois químicos têm um sabor muito ruim, então precisa de um saborizante. Basta ler na embalagem”, explica.

A criadora do site Panelinha dá a sua solução para uma alimentação saudável. “As soluções são simples. A solução tá na feira do bairro, na bancada do fogão, na panela de pressão.”

No encerramento do bate-papo, o presidente do Irga, Guinter Frantz, entregou uma cesta com produtos a base de arroz para a convidada. “Como disse a Rita, é importante que voltemos urgentemente para a cozinha. Para comermos bem temos que cozinhar.” O presidente do instituto também falou sobe o uso de defensivos agrícolas. “O Irga estimula o cultivo do arroz com alta tecnologia e pouco uso de defensivos agrícolas. Um dos poucos alimentos que podemos comer com muita segurança é o arroz. Nosso arroz gaúcho é conhecido no mundo como de alta qualidade industrial, mas precisa também ser conhecido como de alta qualidade de produção também. É para isso que trabalhamos no Irga”, acrescentou.

Texto: Sérgio Pereira

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