Safra 2010/2011 - Como está seu sistema de irrigação? E a sua bicicleta?
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A preocupação mundial com a conservação dos recursos hídricos tem despertado a consciência dos usuários da água, nas áreas de atividades domésticas, industriais e agrícolas. No Rio Grande do Sul os produtores de arroz têm demonstrado preocupações com o uso racional da água na irrigação e muitos estão melhorando a produtividade da água nas suas lavouras, ou seja, produzindo mais arroz com menor uso de água por hectare, buscando-se a relação 1/1 de
Esta meta, no entanto, deve obedecer a um plano de operação e manutenção dos sistemas de irrigação, minimizando perdas na condução, derivação e manutenção da lâmina d’água.
Desta forma, canais, comportas, caixas de distribuição e drenos devem ser avaliados preventivamente antes do início das operações e seguir um plano de manutenção conjugados com as demais operações inerentes ao bom planejamento e gestão do empreendimento agrícola. A aplicação de todas as práticas de manejo recomendada pela pesquisa e plenamente demonstradas pela transferência de tecnologias através do trabalho da extensão e da assistência técnica fica completamente comprometida numa lavoura quando, por falta de planejamento na manutenção, um canal sofrer obstruções ou até mesmo destruição por falta de conservação e reparos antes ou durante a irrigação. Também um sistema ultrapassado de irrigação com bombas e motores super ou sub dimensionados e no limite da vida útil, canos de sucção e recalque com vazamentos e reparos de ultima hora, amarrados com borracha e arames pra não se falar em outras coisas piores, são fatores que contribuem para os desperdícios de água e aumento nos custos de produção e ainda persistem em algumas propriedades. Para melhor ilustrar os componentes que envolvem a manutenção, disponibilizamos uma figura denominada “bicicleta da manutenção”, apresentada por Martin Burton no seu livro Gerenciamento da Irrigação – Princípios e Práticas cujo título original é Irrigation Management – Principles and Pratices, 2010.
O autor associa a estrutura da manutenção a uma bicicleta, mostrando as inter relações com a estrutura desta. Assim o farol representa a visão do sistema de manutenção através de estudos e pesquisas que auxiliam nas tomadas de decisões e possibilitam evitar ou mitigar riscos naturais. A roda traseira deve ser acionada pela força que é aplicada aos pedais aqui representada pelos aportes financeiros, vontade política (no caso de perímetros e distritos de irrigação públicos ou em transição para usuários privados) ou ações para tomada de decisão no caso do proprietário ou iniciativa privada. Esta roda representa pelos seus aros bem estruturados o ciclo da manutenção que, uma vez colocada em movimento pela a ação dos pedais impulsionará simultaneamente a roda dianteira aqui representando as categorias de manutenção que serão efetuadas ao longo de todo o percurso do horizonte de planejamento. O sistema de manutenção como a bicicleta não se sustenta apenas com as rodas, mas por toda uma estrutura suporte corretamente dimensionada, aqui representada na figura pela identificação dos recursos, emissão de relatórios de dados e procedimentos, organização de pessoal, além de conduzir uma boa bagagem de treinamento e capacitação.
Entre os objetivos da manutenção de um sistema de irrigação e drenagem, de acordo com Burton estão:
- Manter o sistema em boas condições operacionais todo o tempo.
- Obter longevidade e maximização de utilização do sistema de irrigação e drenagem.
- Atingir essas duas condições com o mínimo de recursos possíveis.
ACESSE O LINK PARA VISUALIZAR A FIGURA. Autor da figura: Martin Burton (Irrigation Management - Principles and Pratices 2010)
Eng. Agr. M. Sc. Mário Azeredo – Fundação IRGA