Salinidade da Lagoa dos Patos é pauta de reunião no Irga
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Por ser uma cultura sensível à salinidade, o arroz causa preocupação com a crescente salinização das águas das Lagoas dos Patos. Este foi o mote da reunião realizada na quinta-feira (5), no Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Porto Alegre. A iniciativa teve seqüência, após reunião no final de janeiro, na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa).
O encontro teve como objetivo verificar e diagnosticar o problema que afeta as lavouras de arroz nas regiões da Planície Costeira Externa e Interna, e Zona Sul do Estado. Mais de 140 produtores utilizam a água da Lagoa dos Patos para irrigação.
Representantes de órgãos competentes, como o Irga, a Superintendência de Portos e Hidrovias, as secretarias da Irrigação e Usos Múltiplos da Água, do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, de Infra-Estrutura e Logística, Sindicatos Rurais e prefeituras de municípios das regiões atingidas estão envolvidos na atividade.
Conforme o agrônomo do Núcleo de Assistência e Extensão Rural (Nate) do Irga de Mostardas, Aldo Saraiva, os municípios mais atingidos foram Pelotas, Turuçu e São Lourenço do Sul, com aproximadamente, 10 mil hectares de área afetada. Já na Planície Costeira Externa, os municípios de Mostardas e Tavares foram atingidos em 10.600 hectares. “A situação já se normalizou em função das chuvas e os níveis já são aceitáveis”, afirmou Saraiva. Porém, há um interesse do setor em preservar a Lagoa dos Patos, considerada um importante recurso hídrico para irrigação de lavouras de arroz.
Pesquisas do Irga apontam que a perda de produtividade das lavouras de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, devido à salinidade, pode ocorrer nas Planícies Costeiras e na Região Sul. Isto, pela utilização de água salgada de lagoas e de rios litorâneos, especialmente em janeiro e fevereiro, quando ocorre baixa precipitação, coincidindo com a fase reprodutiva da cultura. Embora não seja um problema que ocorra em todos os anos, o fenômeno ocorre com freqüência nas lavouras, quando o teor de sal fica elevado.
Participaram da reunião o presidente do Irga, Maurício Fischer, o gerente da regional do Irga da Planície Costeira Externa, José Luis Gallego Tronchoni, Edson Machny, da Superintendência de Portos e Hidrovias, os consultores do Irga, Ibanor Anghinoni e Cláudio Mundstock, a agrônoma do Irga de Mostardas, Melissa Guimarães, o doutorando do departamento de solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Felipe Carmona, Ronaldo Nery da secretaria da Irrigação e Usos Múltiplos da Água, Celso Corradi da Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG), Artur Renato Cardoso e Luis Felipe Niencheski da Fundação Universitária de Rio Grande (FURG).
Foto: Viviane Mariot
Legenda: Reunião destaca a salinização da Lagoa dos Patos que prejudica lavouras de arroz.