Seminário em Capivari projeta ações para a próxima safra do Litoral Norte
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Mais de 200 participantes, entre produtores, técnicos e pesquisadores estiveram nesta quinta-feira (02), em Capivari do Sul, para o 6º Seminário Regional do Litoral Norte, quando foi discutido o tema Produtividade, Qualidade e Respeito Ambiental. O evento foi organizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), através da Coordenadoria da Planície Costeira Externa (PCE), juntamente com a Associação de Arrozeiros de Palmares do Sul e Capivari do Sul, no CTG Tropeiros da Cultura, junto ao parque municipal de eventos Abrahão Nunes, de Capivari do Sul, onde ocorre a 14ª Expofeira.
Na abertura, o diretor técnico do Irga, Maurício Fischer, destacou a disposição do Irga em buscar e levar tecnologia para os produtores, com o intuito de melhorar os resultados desta região, que apresentou a menor média de produtividade ao longo das últimas safras. “Queremos buscar apoio técnico para que isso possa ser revertido. Em momentos de crise, o que o Irga pode oferecer é disponibilizar e aplicar tecnologia e que chegue a todos os produtores, já que temos exemplos de oito e nove mil quilos em lavouras aqui na região”, disse. Fischer destacou ainda as ações de incentivo ao consumo que estão em elaboração pela diretoria comercial da autarquia. As palestras abordaram desde as técnicas de manejo e cultivares até ações de incentivo ao consumo e previsões climáticas para a próxima safra.
O gerente regional da Planície Costeira Externa (PCE), o engenheiro agrônomo Vágner Martini dos Santos, traçou um panorama sobre a safra 2014/2015, em que apenas 61% da área foi plantada dentro da época ideal, que é 12 de novembro. Segundo ele, o plantio foi finalizado na primeira quinzena de dezembro. Segundo ele, a região acumula um histórico de baixas produtividades desde 2010, o que é preocupante. “A média da PCE foi de 6.643 quilos por hectare, quando o nosso objetivo era de 7,2 mil toneladas”, ressaltou. Entre os fatores limitantes da safra, o agrônomo destacou o alto custo de implantação e manutenção da cultura; época de plantio e fatores climáticos como excesso de chuva no período de semeadura e reprodutivo, com ocorrência de frio e doenças neste período.
As mulheres da Associação dos Arrozeiros de Palmares do Sul, Capivari do Sul, Osório, Cidreira e Balneário Pinhal prepararam um rice break com todo tipo de alimentos feitos exclusivamente com farinha de arroz. Na sequência, a nutricionista Ana Laura Guimarães destacou os Benefícios do Arroz como alimento nutracêutico e lançou um desafio aos participantes: de que tirassem o trigo de sua refeição de duas a quatro semanas. “Dá para fazer tudo com farinha de arroz e colocar o arroz à mesa”, afirmou. Segundo ela, a proposta é de que cada um dos 200 participantes virasse um multiplicador sobre os benefícios do arroz para a saúde humana e ajudar outras pessoas a mudarem a sua qualidade de vida a partir da inclusão do arroz na sua dieta.
O gerente da divisão de Pesquisas de Cachoeirinha, Rodrigo Schoenfeld, apresentou uma prévia do projeto Soja 6000, os objetivos e as formas de adaptar a várzea para atingi-los, tornando a soja não apenas uma ferramenta para limpar áreas de arroz mas também para torná-la mais um negócio na propriedade. Ele também falou sobre as técnicas de manejo para altas produtividades, com ênfase para a cultivar Irga 424 RI, que estará à disposição dos produtores na safra 2015/2016.
Ao meio-dia, foi servido um arroz de carreteiro preparado por funcionários do Irga.
Em seguida, o pesquisador do Irga, Darci Uhry fez um histórico sobre o plantio da Soja em rotação com arroz obtendo altas produtividades. Segundo ele, o uso da soja na várzea visa à reconversão de áreas contra o arroz vermelho e preto, intensificação do uso das terras e das máquinas, diversificação e nova fonte de receita, quebra da dominância de insetos e doenças, semeadura do arroz na melhor época e redução de custos de preparo de solo, entre outros.
O engenheiro químico Gilberto Amato fez um histórico da importância do arroz na alimentação da humanidade ao longo dos séculos e também apresentou uma prévia do programa de incentivo ao consumo do arroz, que está em elaboração pela diretoria comercial do Instituto. Para encerrar, o meteorologista Glauco Freitas falou sobre o Prognóstico climático para o inverno e primavera. Segundo Freitas, apesar de ser impossível fazer uma previsão climática de longo prazo, já que para isso são observados vários modelos, a previsão pode ajudar o produtor a se organizar melhor quanto ao plantio e também aos manejos na lavoura.
A equipe de gastronomia e eventos do Irga estará presente na Expofeira com o food truck do Irga, instalado junto ao estande da Associação do Arrozeiros, onde serão ministradas oficinas de culinária, pela nutricionista Cleusa Amaral, para merendeiras e produtoras rurais e ainda, serão oferecidas degustações de produtos à base de arroz, até este domingo (5), quando o evento será encerrado.
Texto: Luciara Schneid
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